Mais uma experiência com células tronco

em 16 de agosto de 2011

Experiências feitas com cães que sofreram lesões na medula têm obtido bons resultados na USP.


FMVZ usa células-tronco para tratar lesão de coluna em cães


O lhasa apso Bond voltou a abanar o rabo, o que não fazia antes da cirurgia
Duas teses em andamento na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP utilizam injeções de células-tronco em cães com lesões crônicas de coluna lombar e com restrições de movimento. A iniciativa, aliada fisioterapia pós-operatório, já apresenta resultados promissores: alguns dos animais que receberam injeções de células-tronco voltaram a apresentar movimentos.
As pesquisas  são realizadas pelos médicos veterinários Carlos Alberto Palmeira Sarmento e Matheus Levi Tajra Feitosa junto ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Terapia Celular (INCTC) com colaboração do Hemocentro de Ribeirão Preto. Carlos Sarmento trabalha com células-tronco extraídas de medula óssea fetal canina proveniente de campanhas de castração. Já Matheus Feitosa utiliza células-tronco obtidas da polpa de dente de leite de crianças.
“Analiso os resultados do meu trabalho com bastante otimismo, apesar de saber que é necessário um trabalho de fisioterapia contínuo. Mas acredito que com esta e outras pesquisas, os estudos envolvendo células-tronco possam apresentar resultados cada vez melhores”, aponta Carlos Sarmento, que é bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes). A pesquisa é orientada pela professora Maria Angélica Miglino, da FMVZ, e deve ser defendida em 2012.

Veja abaixo o vídeo produzido pela Agência USP de Notícias / Mídias Online


Já Matheus Feitosa pondera que “Apesar de promissores, os resultados são fruto de pesquisas em animais e até se chegar a terapias válidas para seres humanos, ainda teremos um longo caminho pela frente. Por isso, não podem ser encarados como uma possível cura para humanos com lesões medulares”, ressalta, lembrando da importância da realização de outras pesquisas na área. Feitosa é bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O professor Carlos Eduardo Ambrósio, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, em Pirassununga, é o orientador da pesquisa, que tem defesa prevista para o final de 2011.
Os dois pesquisadores realizaram os testes em cães considerados “desenganados” pela medicina veterinária: com lesões crônicas de coluna há anos ou vários meses e que têm graves dificuldades motoras, como perda severa de sensibilidade nas patas traseiras, e que já realizaram cirurgia para corrigir a lesão, sem resultados satisfatórios, ou que estavam passando por tratamentos alternativos como acupuntura e fisioterapia sem apresentar melhora no quadro clínico.
Um dos diferenciais do projeto, de acordo com os pesquisadores, é que a solução de células-tronco é injetada tanto no local exato da lesão da coluna lombar como também um pouco antes e um pouco depois do lugar lesionado. Um exame de ressonância magnética  fornece um diagnóstico preciso do local exato da lesão. Após a cirurgia, os animais continuam fazendo fisioterapia cerca de três vezes por semana em sessões de aproximadamente 1h30, durante três meses, com a finalidade de estimular a musculatura, que estava atrofiada. Este trabalho de fisioterapia veterinária é realizada na clínica da doutora Helena Sakata.


Após a cirurgia, o animal deve fazer, no mínimo, 3 meses de fisioterapia para estimular a musculatura

Resultados

Carlos Sarmento já realizou a cirurgia de aplicação de células-tronco em 3 cães ao longo do mês de abril: no dia 11, no daschund Fred, que tem atrofia e contratura muscular; no dia 12, no daschund Bola, que apresenta somente atrofia, e, no dia 25, no lhasa apso Bond, que apresenta somente atrofia muscular. “As lesões desses três animais são idênticas, mas o comprometimento muscular é distinto”, esclarece.
O cão Bond mostrou os resultados mais satisfatórios até agora: tenta levantar as patas traseiras, voltou a abanar o rabo (o que não fazia antes da aplicação com células-tronco), consegue apoiar as duas patas traseiras na esteira aquática e “anda” dentro d’água, sem nenhum apoio. Os pesquisadores utilizaram uma escala comportamental para avaliar a locomoção dos animais (escala de Olby et al) que varia de 0 (nenhum movimento) a 14 (movimento normal). “Sobre o Bond, pode ser dito que saiu de um escore 3 para um 5. Ele dá passos com o membro direito e começa a usar as articulações do membro esquerdo, que não utilizava antes da cirurgia”, informa Sarmento.
O cão Fred não apresentou nenhuma melhora após a intervenção. “Como o quadro deste cão era mais grave antes da cirurgia de aplicação de células-tronco, será necessário investir mais em fisioterapia, para diminuir a contratura e aumentar a amplitude do movimento”, diz o veterinário. Já o cão Bola também não apresenta uma boa resposta ao tratamento. Segundo o veterinário, há ainda dois cães recrutados e que  receberão as injeções com células-tronco.


Bond consegue apoiar as duas patas traseiras na esteira aquática e “anda” dentro d'água, sem nenhum apoio

Matheus Feitosa já tem três cães selecionados. A cirurgia de aplicação de células-tronco foi feita em um deles, o lhasa apso Juquinha, em 9 de dezembro de 2010. Antes da intervenção, o animal apresentava movimento de poucas articulações, mas não conseguia suportar o próprio peso sozinho e andava arrastando as patas traseiras. “Este cão se encontrava no número 4 da escala. Com 30 dias após a cirurgia, ele passou a apoiar as duas patas sozinho e já consegue andar na esteira aquática sem nenhum apoio. Ele foi do grau 4 para o 8, e chegou até o 10”, descreve Feitosa. “Operamos outro cão, o daschund Billy no último dia 7 de junho e ele vai iniciar a fisioterapia nos próximos dias. No entanto, como apresenta obesidade mórbida, tem um prognóstico mais reservado. O escore dele está entre 1 e 2”, completa.

Seleção

Os cães foram selecionados em uma clínica de fisioterapia animal na grande São Paulo. Os proprietários passaram por uma entrevista, onde os pesquisadores apontaram os riscos do estudo. Os animais cujos donos aceitaram participar do projeto realizaram uma série de exames pré-operatórios no Hospital Veterinário de Cães e Gatos, em Osasco, na Grande São Paulo.
Os cães aprovados nos testes foram encaminhados para o exame de ressonância magnética. A quarta etapa foi a própria cirurgia. Por fim, os animais passam novamente por outro exame de ressonância magnética a fim de mostrar se houve regeneração do local onde as injeções foram aplicadas.

Logotipo inclusivo

em 15 de agosto de 2011

É indiscutível que a preocupação com a acessibilidade e inclusão das pessoas com deficiência vem ganhando mais espaço, não apenas na cabeça das pessoas, mas também nas políticas públicas. O preconceito e a visão antiquada de que essa faixa da sociedade não pode ter uma contribuição relevante vem diminuindo, ainda há muito o que fazer, mas que as coisas vêm aos poucos melhorando, isso vêm. Meu irmão tirou essa foto e mandou pro meu e-mail, é o logotipo da prefeitura de Cristinápolis, uma cidade aqui do interior de Sergipe, que chamou a atenção dele. Espero que essa atenção se reflita no trabalho diário da prefeitura, mas de qualquer forma, fica aqui o registro:




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